Sabemos que você gosta de acompanhar as últimas tendências. Por isso, conversamos com Scott McCorquodale, chefe-executivo de automação – carga aérea, sobre o que ele acha das principais lições aprendidas nos últimos 12 meses e que conselhos daria aos agentes de carga e companhias aéreas à medida que nos aproximamos do ano de 2021.

“A COVID-19 só fez reforçar a necessidade de inovação e agilidade.”

É inegável que o setor de carga aérea tem passado por uma ruptura massiva e presenciado enormes flutuações nos últimos 12 a 18 meses.

Se me lembro bem dos primeiros dias da pandemia, considerando apenas abril e maio de 2020, houve uma redução de 88% na programação diária de voos na região da UE, o equivalente a cerca de 157 mil voos cancelados1.

Os voos estão começando a serem retomados no mundo, de forma devagar e regular, o que obviamente tem um efeito em cadeia sobre as cargas aéreas, porque a maior parte é transportada em compartimentos de carga de aviões de passageiros. Esse continua sendo um dos maiores transtornos: em certas rotas, a capacidade não está disponível onde é necessária.

Testemunhamos também enormes mudanças na maneira como as companhias aéreas operam. Tenho certeza de que muitos de nós vimos a imagem de uma aeronave voando pelo mundo, com caixas em assentos e compartimentos superiores, o corredor cheio de embalagens e, é claro, nenhum passageiro a bordo.

Dependendo da rota, boa parte disso ainda acontece hoje. É a prova da capacidade de inovação por parte de agentes de carga e companhias aéreas. E de que estão à altura de qualquer desafio que surja.

“O setor de carga aérea nunca sofreu tanta pressão para fazer mais com menos, ao mesmo tempo em que transporta mais por menos.”

O processo fundamental de levar um item de carga do ponto A a B é composto de uma série de elementos complexos. E os clientes esperam transparência em cada etapa desse processo.

Se você for um agente de carga e estiver tentando identificar a melhor forma de transportar cargas, precisa ter em mente que acabou o tempo de conseguir saber qual companhia aérea opera qual voo, em qual data e aeronave. O fato é que há muitas mudanças acontecendo rapidamente nas programações.

Consequentemente, na condição de agente de carga, se você não tiver as ferramentas certas de tecnologia, terá de fazer mais ligações telefônicas ou enviar uma infinidade de e-mails para obter a informação necessária. São tarefas mais difíceis e propensas a erro, tanto para você quanto para as companhias aéreas.

É aí que a tecnologia exerce um papel realmente importante, garantindo que possamos fazer todo o processo de forma mais eficiente.

Um exemplo é a capacidade de se fazer bookings eletrônicos diretos em tempo real. Embora isso seja razoavelmente simples, é uma ação que possibilita que os agentes de carga ofereçam processamentos e respostas imediatas a seus clientes. Outro exemplo é o intercâmbio de dados operacionais, cujo tempo de processamento diminuiu, além de haver menos erros e custos.

O papel que a tecnologia pode ter na melhoria do setor de carga aérea está rapidamente aumentando. Desconfio que, se olharmos para trás daqui a cinco anos, teremos um setor ainda mais eficiente, conectado e tecnologicamente hábil.

“Um investimento agora em tecnologia e otimização ajuda você a se proteger de incógnitas no futuro.”

Acho que a história nos mostra que o setor de companhias e cargas aéreas é muito bom em se adaptar a mudanças.

Passamos por muita coisa nos últimos anos, de mudanças nos requisitos regulatórios e de segurança a alterações em regulamentações aduaneiras e mudanças na atuação do setor em nível macro. E, naturalmente, a tendência geral de se tentar reduzir a dependência de papel nos procedimentos de carga aérea.

No final das contas, as incógnitas sempre serão desconhecidas. Mas não há dúvida de que o investimento na implementação da tecnologia certa neste momento deixará as companhias aéreas em uma posição sólida no futuro.

Para o setor em geral, às vezes é uma questão de fazer o básico, de forma consistentemente certa, em termos de rastreamento de carga e de informação constante para os exportadores sobre a localização da carga.

E é aí que surge uma necessidade real de acelerar as iniciativas de transformação digital para que todo o processo e toda a cadeia logística possam ser mais bem embasados. Se você puder melhorar a maneira como essas informações circulam no setor, terá um resultado muito melhor no final.


Estamos conectando as companhias áreas com a mais extensa rede mundial de compradores de espaço de carga para desenvolver uma forma mais inteligente e rápida de fazer bookings.

Saiba como

1EUROCONTROL, ‘Covid-19 impact on the European air traffic network’, maio de 2020.